O uso pedagógico da Sala de Informática da escola.
Desde o início da década de noventa alguns
governos vêm investindo continuamente no aparelhamento das escolas públicas com
a implantação de Salas de Informática, também chamadas de Laboratórios
de Informática dentre outras denominações. No mesmo período as escolas
particulares também começaram a investir pesadamente na montagem dessas salas e
em equipamentos de multimídia, como datashows e telões.
A partir do início dessa década, lá por 2002,
muitas escolas já dispunham dessas salas e de um histórico de uso das mesmas,
quase sempre ruim. Agora, no final dessa primeira década, já temos condições de
fazer um bom balanço desse processo e dos resultados advindos dele. E o balanço
é bastante negativo.
A implantação de Salas de Informática nas escolas
se baseou, na maioria das vezes, no pressuposto errado de que “faltava apenas o
computador” para que o processo de modernização das escolas e do ensino se
desse de forma natural, como se isso fosse um processo simples e automático.
Além disso, como nossos gestores políticos entendem muito pouco de educação,
mas adoram fazer “investimentos”, as Salas de Informática configuraram-se como
uma ótima oportunidade para se gastar o dinheiro público com reformas e
equipamentos, mas sem uma preocupação verdadeiramente pedagógica por trás do
investimento.
Ainda no início da década passada já
encontrávamos diversas escolas onde esses computadores estavam quebrados,
desatualizados, sucateados e sem nenhuma manutenção. Agora, já praticamente
fechando a primeira década do terceiro milênio, a situação continua muito
parecida em muitos lugares. Computadores que custaram caro, pois o poder
público é expert em gastar mal o nosso dinheiro, continuam depreciando em
centenas de escola sem nenhum uso por parte dos alunos. Sobre a depreciação
desses computadores e a necessidade econômica (além de pedagógica) de seu uso.
Paralelamente à falta de inteligência dos gestores
públicos, vimos uma generalizada falta de vontade de educadores que resistiram
bravamente ao uso dos computadores, mesmo quando estes estavam em plenas
condições de serem usados. Sob argumentos que iam do “não preciso disso” até o
“não sei como usar”, foram poucos os professores que se dispuseram a aprender a
usar os computadores de forma pedagógica ou mesmo a repensar suas práticas
pedagógicas diante da necessidade de inserir seus alunos no universo digital
onde eles, os alunos, e o próprio professor, já vivem há muito tempo.
Agora, passadas duas décadas desde o início desse
processo de inserção das novas tecnologias na escola, já não faz mais nenhum
sentido discutir se vale ou não a pena usar os computadores, a internet e as
TICs de forma geral. O mundo, independentemente da falta de vontade de alguns
professores e da má vontade da maioria dos políticos, já definiu que não poderá
continuar existindo sem essas novas tecnologias. É simplesmente impossível
conceber um mundo e uma escola sem essas tecnologias, a menos que se faça a
opção por uma vida eremita.
Nesse contexto, o uso da Sala de Informática
deixa de ser uma possibilidade a mais e passa a ser uma necessidade que se
impõe tão fortemente quanto a necessidade da lousa e do giz, que ainda
existirão por um bom tempo. Mas como promover esse uso?
Este artigo não pretende justificar a necessidade
de se usar os computadores e a Sala de Informática, mas ao invés disso pretende
apontar algumas possibilidades de uso desse ambiente de maneira que o
professor, mesmo aquele que ainda não se sente seguro para desenvolver
atividades diretamente na Sala de Informática, possa dar aos seus alunos alguma
possibilidade de usá-la, independentemente dele usá-la também, se for o caso.
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